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A explosão dos serviços de delivery

Por Patricia Travassos

Já é realidade em alguns países do mundo contar com serviços que fazem entrega com drones ou com veículos autônomos (China, Australia, Estados Unidos…).

Aqui no Brasil, a legislação ainda não permite e o custo desta tecnologia também não compensa. Mas independentemente disso, o que a gente tem visto é a “explosão” da cultura do delivery em busca da HIPERCONVENIÊNCIA.  

O que é hiperconveniência?

É quando a ferramenta de entrega agrega tantos serviços (do marketplace, passando pela logística, até o meio de pagamento) que ela se transforma numa espécie de assistente pessoal pra você.

E basta ir ao supermercado hoje para encontrar motoboys uniformizados fazendo compras e tirando fotos até de cachos de banana para confirmar se o pedido está certo.

Eu conversei com o Ricardo Bechara que é o executivo de expansão da Rappi, uma empresa de delivery colombiana que está presente em 15 estados brasileiros e cresce 30% ao mês no Brasil. Ele disse que aqui nós estamos vivendo a terceira geração do delivery:

A 1a  geração era representada pela pizza que a gente pedia por telefone… o serviço inspirou muitas lanchonetes a criarem os seus serviços próprios de entrega;

A 2a  geração foi a chegada de aplicativos para entrega de comida;

E a 3a , que estamos vivendo agora, são esses super apps agregadores que prometem entregar tudo o que você quiser (farmácia, bebida, flor e até sacar dinheiro…) e tudo o que couber na garupa da moto ou de um taxi (parceiro).

Para os comerciantes, esses aplicativos de entrega representam um novo canal de vendas, por onde virtualmente transita cada vez mais gente. E o que antes eram só um complemento de receita, em muitos casos, as entregas precisam ser tratadas como um negócio à parte, com estrutura própria. Eu conversei com o Renato Paolillo. Ele é a segunda geração do Bolinha, um restaurante tradicional que há 73 anos é sinônimo de feijoada em São Paulo. Hoje, 50% da receita do restaurante vem do delivery. Antes dos super aplicativos, as entregas representavam 10% do faturamento.

É claro que para o consumidor final, não adiantaria nada a tecnologia ou inteligência mais avançada do mundo se as pessoas não estivessem dispostas a adotar o hábito de pedir tudo em casa. E aí, nessa mudança de comportamento, eu destacaria alguns fatores:

  • Frete mais barato
  • Entregas mais rápidas (inteligência logística)
  • Praticidade sem perder qualidade (embalagens para manter calor e qualidade até restaurantes de alta gastronomia)
  • Crescimento das compras via mobile / e-commerce
  • Foco na experiência (o consumidor não perde tempo com o que não interessa)
  • Insegurança pública

Foi criado em Fortaleza o primeiro Delivery Mall do Brasil. O Diretor de Marketing, Jorge Lima, explica que é como se fosse uma praça de alimentação com vários restaurantes que operam apenas para entrega. As lojas são menores e portanto têm um custo operacional menor, não precisam do salão, nem de garçom. Só de gente na cozinha, claro. A logística é toda compartilhada entre os restaurantes do “shopping” e, com uma única taxa de entrega, você consegue pedir comida japonesa e eu italiana, que gente vai receber ao mesmo tempo para almoçar juntos.

O Futuro dos serviços de delivery

Drones para sobrevoo em ambientes fechados estão sendo desenvolvidos para reconhecer (por reconhecimento facial / computação afetiva) quando você está precisando de café no escritório por exemplo e fazer a entrega na sua mesa.

Lado B:

Tem australiano reclamando do barulho dos drones. As hélices fazem aquele barulho irritante de “mosquito” e o ruído tem incomodado muito nos testes.