Nubank é o novo unicórnio brasileiro

Diversidade e performance

Diversidade ajuda as empresas a alcançar melhores resultados

Por Patricia Travassos

 

A realidade ainda é de muita desigualdade entre homens e mulheres no ambiente profissional. Isto porque muitas empresas ainda não relacionam a diversidade com rentabilidade e criação de valor. Esse foi o foco da McKinsey numa pesquisa chamada Delivering through diversity, publicada recentemente:

Pesquisa da McKinsey sobre diversidade e performance

O estudo conclui que empresas lideradas por mulheres rendem em média 21% a mais do que a média dos negócios. E empresas com baixo percentual de diversidade desempenham 30% a menos do que a média.

 

Isso é muito interessante e já está no radar de empresas que estão revolucionando o mindset de gestão.

 

O Nubank, por exemplo, mais novo unicórnio brasileiro – terceira startup que alcançou a avaliação de 1 bilhão de dólares – tem uma mulher entre os fundadores. Hoje eles têm 950 funcionários, sendo 42% são mulheres e cerca de 30% se declaram LGBT. Fora a questão de gênero, eles se orgulham em ter funcionários de 25 nacionalidades diferentes e criarem um ambiente absolutamente inclusivo.

Nubank: o novo unicórnio brasileiro foi criado por uma mulher

Segundo a Cristina Junqueira, VP da empresa, isso aconteceu organicamente, não foi uma estratégia pensada. Mas o resultado é um time com diferentes perspectivas, experiências, que respeita muito as diferenças e é capaz de entender melhor as necessidades do cliente.

 

A Cristina Junqueira é um exemplo de mulher empreendedora. Como foi a trajetória dela até liderar um unicórnio?

 

Então, eu fiz a entrevista com ela ontem por Skype, atrapalhando as férias na Europa que conseguiu tirar com a família. Já era perto de uma da manhã, no fuso de Paris, quando ela me atendeu em meio a outros trabalhos que estava entregando.

 

Àquela hora, a filha dela de 3anos e meio já tinha dormido…então ela conseguiu conversar sem problemas. Porque a nossa empresária unicórnio não tem babá! E esse foi um jeito de ela se obrigar a ter hora para sair do trabalho, muito embora esteja sempre conectada.

 

Então, normalmente, a rotina dela é levar a filha para a escola às 8h e buscá-la às 5 da tarde. Se quiser marcar compromisso de trabalho com a Cristina Junqueira, que seja nesse período.

 

A Cristina tem 35 anos e contou que sempre adiou a maternidade em função da carreira. E a gravidez não foi planejada. Até porque aconteceu bem enquanto gestava a criação do Nubank. Ela brinca que a Alice é gêmea do Nubank. O que impediu a licença maternidade.

 

Quem é empresária sabe que ter um negócio é arrajar um outro filho para criar. E foi isso mesmo que ela fez: se dividiu entre os dois bebês. A menina nasceu numa quarta, na segunda seguinte, ela estava trabalhando de casa e na outra segunda, retornou ao escritório.

 

Na opinião da Cristina, a maternidade trouxe para ela mais empatia com os funcionários, quando eles precisam de mais flexibilidade. E isso pode ser sentido também na relação com os clientes.

 

Para ela, seria irresponsável dizer que não existe diferença entre as condições de homens e mulheres empreenderem. Mas, a filosofia dela que sempre frequentou ambientes masculinos desde a faculdade de engenharia é: não dá pra esperar o mundo mudar para buscar um lugar no topo. Se é isso que você quer (e se não for, tudo bem), então tente ser melhor que os homens à sua volta. Estude mais e trabalhe mais duro do que eles.

 

 

Assista ao comentário de Patricia Travassos sobre Diversidade e Performance.

Patricia Travassos fala sobre Diversidade e Performance no Conta Corrente – Globonews