Por Patricia Travassos

O Nvidia GTC2019 aqui em San Jose, na Califórnia, foi um grande mergulho nas tecnologias mais avançadas capazes de viabilizar e acelerar infinitas aplicações para Inteligência Artificial.

Sim, tão infinitas que algumas são até bem inusitadas – teve pesquisador aqui apresentando solução em AI para identificar inteligência extra terrestre.

Para quem não é técnico, parece mesmo coisa de outro mundo. Um universo paralelo formado por acadêmicos e cientistas da computação que formulam complexas equações para criar e integrar tecnologias que podem aprender sozinhas e evoluir. Machine learning, deep learning, redes neurais.

E o que se discutiu aqui nos últimos dias foram maneiras de acelerar todo esse ecossistema:

Aumentando a velocidade, a capacidade, a integração e a inferência.

Reduzindo tempo e custo.

Teve brasileiro se destacando entre os 5 finalistas de projetos que demandam aceleração computacional! O Nilton Guedes criou uma rede neural que automatiza o design de peças em que a aerodinâmica é fundamental para economizar energia e melhorar o desempenho – isso serve para o mercado de aviões, pra fabricação de turbinas eólicas…Ele calcula que o tempo de projeto pode cair até 60% e a eficiência energética aumentar em até 15%.

Isso para um mercado específico…mas os projetos apresentados aqui têm impacto direto na vida de qualquer pessoa.

Na saúde, por exemplo: os trabalhos estão avançando rápido demais. As discussões já vão muito além do uso de Inteligência Artificial para dar mais precisão a diagnósticos. Agora a Inteligência Artificial está sendo aplicada antes e depois da detecção das doenças. Definir o melhor tratamento para cada pessoa e revolucionar a prevenção graças às máquinas inteligentes e às “pecinhas que vão atrás das máquinas”

Por falar nisso, se eu fosse escolher o protagonista do momento em Inteligência Artificial, você conseguiria imaginar quem seria?

Aposto que você pensou nos Veículos Autônomos, né? Eles também estão  avançando rápido demais. Além de carros, já tem gente testando caminhão autônomo e até navios autônomos.

Mas, não eles não são o meu maior destaque.

O meu destaque vai para os cientistas de dados! Os profissionais mais necessários e mais escassos do momento. As empresas estão dispostas a contratar, mas simplesmente não conseguem suprir tantas vagas que surgem para eles nesse universo de Inteligência Artificial.

E sabe porque o mercado está tão bom para eles? Porque a geração de dados hoje é incessante e tanta informação precisa de organização para se tornar útil. Senão ela não vale nada!

Agora, se a escassez desses profissionais é global com 3 milhões de data cientistas espalhados por aí, imagina no Brasil!

Essa é uma grande preocupação. Com o avanço tão complexo de tecnologias, a distância entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento tende a ficar cada vez maior.

Se a Inteligência Artificial ameaça potencialmente 57% dos trabalhos – certamente os mais afetados serão os profissionais menos qualificados e que ganham pouco. E aí, é a famosa bola de neve que pode gerar um problema social grave.

Bom, para o CEO da Nvidia, Jensen Huang, a ciência de dados já é  a principal ferramenta de transformação de países como a China, a India e pode ser também para a América Latina. Para isso, é preciso que a tecnologia fique mais acessível. As plataformas abertas e as parcerias tem ajudado muito nisso. Mas é preciso um investimento mesmo é em educação.

A gente viu aqui grande parte das pesquisas estão sempre apoiadas por grandes universidades…tem muito jovem, mas eu fiquei impressionada com a quantidade de “cabeças brancas” mentorando projetos de Inteligência Artificial com experiência e consistência acadêmica. Não tem essa de ficar obsoleto…mas de se atualizar o tempo todo e se conectar com esse novo mundo aprendendo a trabalhar junto com os robôs, para tirar o melhor proveito deles e potencializar os resultados.

A criadora da CloudMedX, uma startup de saúde, trouxe algumas estatísticas interessantes:

  • Segundo ela, os diagnósticos feitos por humanos tem 75% de precisão.
  • Os diagnósticos feitos por IA tem 85% de precisão
  • E os diagnósticos realizados em conjunto atingem 91% de precisão.

Esse é o segredo: unir tecnologia e talentos de todas as idades para transformar!

Até a próxima cobertura! Valeu!

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